Ouvir quem está no terreno
Que Moçambique é um bom destino para o investidor português já ninguém tem dúvidas. Resta conhecer a realidade do mercado e do país. Para isso, nada melhor que ouvir quem sabe. Perante o atual contexto económico e financeiro na União Europeia, perguntámos a empresas e atores-chave nos sectores da construção, imobiliário e da distribuição de energia quais as principais vantagens em exportar e investir em Moçambique e as dificuldades que os empresários lusos deverão saber antecipar.
Revista Exame: Quais as vantagens que os empresários portugueses podem ter ao exportarem e investirem diretamente em Moçambique?
Daniela Costa (Departamento de Research da Prime Yield): Os empresários portugueses podem encontrar em Moçambique várias vantagens, de onde destacamos: crescimento médio anual da economia de 8%; ambiente de negócios e de investimentos positivo; estabilidade política; boas relações económicas com Portugal; localização geográfica e a sua extensão de 2500 km de costa; e um sistema jurídico semelhante ao português. Quanto ao sector imobiliário, as vantagens focam-se no aumento do poder de compra da classe média; na chegada de expatriados e procura de produtos imobiliários para instalação de empresas; na procura contínua superior à oferta; nas garantidas margens de rentabilidade significativas; e nos projetos estruturantes em desenvolvimento, como, por exemplo, o projeto Maputo Water Front e o projeto da Nova Cidade de Catembe.
Revista Exame: Quais são os desafios que devem estar preparados para enfrentar?
Daniela Costa: Moçambique é um país em desenvolvimento e tem vindo a registar bons níveis de crescimento, sendo este sustentado pelo aumento do investimento público e privado. Num contexto de crise europeia, a internacionalização é um dos caminhos possíveis para a sustentabilidade das empresas. Os empresários devem estar preparados para enfrentar vários desafios que se poderão tornar em oportunidades. Neste caso, consideramos o elevado custo das matérias-primas e a falta de infraestruturas básicas, como principais desafios para o contínuo investimento.
Revista Exame: Como encara o papel da sua empresa no incremento das relações económicas entre os dois países?
Daniela Costa: A Prime Yield nos mercados em que atua utiliza os standards preconizados pela RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors) e veiculados pelas normas de avaliação contidas no Red Book do imobiliário. Adota critérios e métodos de trabalho que permitem ao potencial investidor ter uma análise comum e comparável nos vários países. O nosso know-how no domínio da consultadoria imobiliária e a forte presença neste país permite dar a conhecer ao potencial investidor a realidade deste mercado, garantindo uma tomada de decisão sustentada, apoiada em informação de valores de mercado e critérios adequados às características dos ativos imobiliários. Com a prestação dos serviços de Consultadoria e Estudos de Viabilidade Económico-Financeira, assumimos um papel preponderante na tomada de decisão de um potencial investimento, analisamos diferentes cenários alternativos, e recomendamos produtos imobiliários que se ajustem à procura de mercado.
Fonte: Revista Exame – Dossier Moçambique




